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30 de jul. de 2012

Pai da aviação mundial cai no esquecimento




















Há ointenta anos, no dia 23 de julho de 1932, morreu o inventor brasileiro Alberto Santos Dumont. Conhecido no Brasil como o "pai da aviação", seu legado de invenções fez dele uma das grandes personalidades brasileiras do século 20. Santos Dumont criou os primeiros balões dirigíveis, com quais realizou as célebres voltas ao redor da Torre Eiffel. Foi também o primeiro a decolar um protótipo de avião tripulado, impulsionado por um motor a gasolina, sem ajuda do vento ou de rampas de lançamento.

Para além das contribuições aeronáuticas, atribui-se também a Santos Dumont algumas invenções do cotidiano, como a porta de correr em hangares, a adaptação do relógio de bolso para o pulso - que virou moda em Paris - e ainda o chuveiro para banhos quentes e frios, na sua casa em Petrópolis. Mas Santos Dumont não estava preocupado em patentear as suas invenções. A coordenadora do Museu da Casa de Santos Dumont, Marisa Guadalupe Plum, disse à DW Brasil que ele considerava o conhecimento um bem comum da humanidade e esperava que seus projetos melhorassem a vida das pessoas.
Apesar de sua contribuição para a aviação ser inquestionável, há controvérsias sobre o reconhecimento de Dumont como o inventor do avião. Ao contrário dos brasileiros, para a Federação Aeronáutica Internacional e a maior parte do mundo, o crédito do invento é atribuído aos norte-americanos Irmãos Wright. "Sem dúvida Santos Dumont é um dos pioneiros da aeronáutica. Mas, para o avião, os Irmãos Wright são mais importantes", afirma o professor Holger Steinle, administrador da exposição permanente sobre aviação no Museu Técnico Alemão de Berlim.
Oficialmente, os Wright fizeram seu primeiro voo público com um avião tripulado em 1908, mas alegaram que a façanha havia sido feita em dezembro de 1903, nos Estados Unidos, praticamente três anos antes do 14-Bis. A polêmica está baseada na falta de provas testemunhais ou documentos que comprovem a realização desse voo. Há relatos de cinco testemunhas locais que o teriam presenciado. Mas nenhuma delas com certificações ou conhecimentos aeronáuticos para confirmá-lo. Anos depois foi ainda apresentada uma fotografia, supostamente tirada na data do voo.
Santos Dumont foi o primeiro a realizar, de forma oficial, um voo perante uma comissão de especialistas, jornalistas e diversas outras testemunhas, sustenta Guadalupe. Ela afirma que o reconhecimento dos irmãos Wright é uma questão de marketing. "Isso é o poderio dos Estados Unidos, até pela força da própria indústria aeronáutica americana."
No início do século 20, as revoluções tecnológicas fervilhavam por diversos cantos do mundo, o que naturalmente torna difícil a atribuição de méritos diante de tantas pesquisas e protótipos desenvolvidos paralelamente.
O voo do planador motorizado dos Irmãos Wright, com decolagem realizada de uma colina, não caracteriza voo por meios próprios, como no caso do 14-Bis, argumenta ela. Mas Steinle defende que o planador dos Wright se mantinha um bom tempo no ar, era dirigível e manobrável, podendo retornar ao ponto de decolagem. "Esse é o critério geralmente reconhecido para se poder falar em voar", diz.
Do balão ao avião, o sonho realizado por um brasileiro
Nascido em 20 de julho de 1873 na cidade de Palmira, em Minas Gerais - hoje rebatizada em sua homenagem -, Santos Dumont sempre acreditou que o homem poderia voar. Aos 18 anos foi emancipado e recebeu uma fortuna familiar para que pudesse prosseguir seus estudos na França. O brasileiro chegou a Paris em 1891 e pode vivenciar de perto as grandes revoluções tecnológicas e culturais, como o surgimento da lâmpada elétrica, o desenvolvimento da fotografia, do cinema e, claro, os primeiros carros com motores de combustão.
Foi no balonismo que Dumont iniciou seus trabalhos. Em 1899, o dirigível N-3, em formato cilíndrico, que podia ser direcionado através de um motor adaptado, ergueu voo perante o público francês e contornou a Torre Eiffel em segurança.
Essa manobra fez com que Santos Dumont alcance o seu prestígio com o público francês e o deixou confiante para participar do Prêmio Deutsch. Criado por um milionário judeu, o prêmio prometia uma vultosa quantia em dinheiro para o aviador que criasse um dirigível eficiente, rápido e que realizasse um percurso determinado perante a comissão do Aeroclube da França.

As informações são"tribunadonorte por Antônio Netto e Jan D. Walter Deutsche Welle".Sempre é citado o link de referência.

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