O Piper Seneca é um projeto original de avião bimotor a pistão de pequeno porte da indústria aeronáutica norte-americana, produzido em larga-escala a partir da década de 1970 pelo fabricante Piper Aircraft, cujos aprimoramentos foram se seguindo até chegar ao que é hoje a versão atualizada Seneca V Turbo, para transportar com relativo conforto 1 (um) piloto e mais 5 (cinco) passageiros.
O Seneca foi desenvolvido como um versão bimotor do Piper Cherokee Six. O protótipo foi um Cherokee Six que teve seus motores montados na asa, retirando-o do nariz. O protótipo voou como uma aeronave de três motores nos estágios iniciais do programa de testes.
PA-34-200 Seneca I
O Piper Seneca I designado como PA-34-200, foi certificado em 7 de maio de 1971 e introduzido no final do mesmo ano como modelo 1972, esta versão é alimentada por dois motores Lycoming IO-360-C1E6. O motor do lado direito é um Lycoming LIO-360-C1E6 variante do motor IO-360-C1E6, o “L” na sua designação, indica que o virabrequim gira na direção oposta, dando ao Seneca I motores contra-rotativos. O motor contra-rotativo elimina as limitações de motor crítico e torna a aeronave mais controlável em caso de desligamento ou falha de qualquer motor.
O Seneca I mais antigo tem um peso máximo de 4000 lbs (1814 kg), enquanto os próximos produzidos tinham seu peso máximo de decolagem aumentado para 4200 lbs (1905 kg).
PA-34-200T Seneca II
Respondendo à críticas sobre a qualidade de comportamento da aeronave, a Piper introduziu o PA-34-200T Seneca II. A aeronave foi certificada em 18 de Julho de 1974 e lançada como modelo de 1975.
O novo modelo incorporou mudanças aos controles de solo da aeronave, incluindo ailerons mais alongados e balanceados, a adição de um "anti-servo" no leme.
O "T" na designação do novo modelo reflete uma mudança para um motor turbocharged, seis cilindros Continental IO-360, Continental TSIO-360E ou ainda EB para uma performance melhorada, particularmente em altas altitudes. O Seneca II reteve o modelo contra-rotativo de seu irmão mais velho, Seneca I.
O Seneca II também possibilitava a montagem dos assentos em "club seating" dos quais os assentos do centro ficaram virados para trás e os dois assentos traseiros para frente, permitindo um espaço maior na cabine.
O Peso Máximo é de 4570 lbs (2073 kg) para decolagem, e 4342 lbs (1969 kg) para pouso.
PA-34-220T Seneca III
Em 1981, o PA-34-220T Seneca III foi lançado, tendo completado sua certificação em 17 de Dezembro de 1980.
A mudança na designação do modelo reflete novamente em uma melhoria no motor. Foram usados os motores Continental IO-360 e Continental TSIO-360-KB os quais produziam 220 cavalos (165 kW), porém, somente ficava com esta por cinco minutos e depois caía novamente para 200 hp (150 kW).
Com o aumento da potência, e com os limites do motores de 2800 rpm (aumentou de 2.575 rpm), melhorou e muito a performance de subida e cruzeiro. A nova aeronave também incorporou um novo pára-brisas, um painel de instrumentos metálico, ao invés de plástico, e alguns modelos tinham flaps operados eletricamente.
O peso máximo da aeronave foi ainda aumentado para 4750 lb (2154 kg) para decolagem e 4513 lb (2046 kg) para pouso.
PA-34-220T Seneca IV
Em 1994, A "nova" Piper Aircraft company, introduziu no mercado o Seneca IV, tendo adquirido sua licença em 17 de Novembro de 1993. Este modelo é similar ao Seneca III oferecendo pequenas melhorias, como a modificação do capô do motor para uma melhor performance em cruzeiro. Este ainda continuou a usar a técnica contra-rotativa com os motores Continental IO-360 e Continental TSIO-360-KB e os pesos máximos permaneceram os mesmos.
PA-34-220T Seneca V
Certificado em 11 de Dezembro de 1996, o Seneca V foi colocado em produção como modelo do ano de 1998. Novamente o capô foi redesenhado para uma melhor performance, muitos "switches" foram realocados no painel e uma variante ligeiramente diferente de motor, o Continental IO-360 e Continental TSIO-360-RB foi instalado.
O peso máximo do Seneca V continua o mesmo dos Seneca III e IV, com 4750 lbs (2154 kg) para decolagem e 4513 lbs (2046 kg) para pouso.
No Brasil
No Brasil, as versões com a econômica motorização Continental IO 360 Aspirada Seneca II (hélice duas pás) e Seneca III (hélice três pás) foram um grande sucesso de vendas na década de 1970 e 1980, graças a uma variada combinação de fatores, dentre eles o acordo de licenciamento firmado entre a Piper e o fabricante brasileiro Embraer, que concordaram posteriormente numa nova denominação EMB-810 D e Cuesta para o mesmo projeto básico, seguindo praticamente os mesmos respeitáveis padrões de construção das asas e fuselagem, utilizados nos EUA. Posteriormente, a fabricação da aeronave passou para a subsidiária da Embraer, a Indústria Aeronáutica Neiva.
A comparação mercadológica do Seneca II e Seneca III com o seu principal concorrente bimotor a pistão Beechcraft Baron de 285 HP ou 300 HP é inevitável: O avião da Piper acomoda com mais conforto os seus passageiros graças a um projeto de fuselagem ligeiramente mais largo, enquanto o modelo da Beech oferece um nível de ruído interno atenuado graças a uma construção com emprego de alguns materiais de isolamento acústico mais nobres e melhor vedação das portas. Já os níveis de consumo de combustível dos aviões das duas marcas são parecidos, com ligeira vantagem para o avião da Piper, enquanto a Beech se preocupou com mais robustez estrutural e motorização mais potente para enfrentar algumas condições de vôo mais problemáticas …
A partir da versão aprimorada Seneca IV, o acordo operacional de licenciamento entre a Piper e a Embraer foi encerrado na década de 1990 e, por consequência, os aviões Seneca passaram a ser disponibilizados para o público brasileiro apenas sob importação dos EUA, por preços de aquisição maiores. Pode-se dizer que a proposta original de um produto voltado para pequenos e médios empresários que estão adquirindo seu primeiro avião bimotor (geralmente esses clientes estão trocando de monomotor para bimotor pela primeira vez) foi mantida, apesar desses reajustes de preços, com baixos custos operacionais, se comparados aos aviões turbohélices e jatos.
Finalmente, a versão aprimorada Seneca V dispõe de um bom conjunto de aviônicos para navegação e segurança, composto por telas multifuncionais e seu acabamento interno foi melhorado com emprego de bons materiais. Essa versão turbo dispõe de uma válvula de segurança "waste gate" para garantir um funcionamento sempre dentro dos limites dos econômicos motores Continental. E mais: ar condicionado (quente/frio) e oxigênio.
O Piper Seneca é o bimotor a pistão mais vendido do mundo.
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